Hello darkness, my old friend.

Voltei de viagem, parece que voltei do inferno... não, o lugar era lindo, mas ele, ele consegue fazer tudo ficar preto e branco, aquele que sou obrigada a chamar de 'pai', por seu sangue pútrido correr em minhas veias. Foi uma droga, e não vou falar disso pois é desnecessário, o que importa é que me sinto um lixo desde então. Na verdade sempre me sinto um, então vou reformular a frase, numa escala de 0-10, estou no -1000[...].
As merdas sempre parecem decidir acontecer ao mesmo tempo, por que? Eu estive "melhor", não tão depressiva... mas sempre volta, esse entorpecer maldito. Essa dor que parece incurável. É exaustivo.
É aquela maldita frase que vinha dizendo, e desobedeci: "Não voe alto demais, que a queda doerá mais".
Eu caí, me despedacei, e não quero juntar os pedaços de volta.


Meu gato... Eu falei do meu outro gato que sumiu aqui, e bem, agora é o outro, Marley, foi agredido na rua, seriamente, uma das suas patas foi pior que quebrada, fragmentada em várias partes, ele nem pode fazer uma cirurgia então teve a pata imobilizada, e toma remédios, mas toda vez que eu olho pra ele sinto uma dor horrível, tenho que me segurar pra não chorar, a tala foi colocada de uma forma que parece que sua pata foi amputada, e é horrível ver sua dificuldade em andar. É a única palavra que consigo pensar, "horrível", mas ela nem chega perto de como me sinto. E o vet. disse que com certeza foi feito por "alguém" (não posso considerar um ser que faz esse tipo de atrocidade, humano).
Perco o pouco de esperança na humanidade que tenho. Eu odeio, odeio esse tipo de monstro.


Hoje, quando estava voltando pra casa, no carro, já estava mal por que tinha acabado de discutir com o meu pai, ou melhor, como sempre, apenas ouvir as merdas que ele diz, e pra piorar, paramos pra almoçar em Itaipava (cidade já um pouco perto daqui), eu disse que não estava bem (por causa do carro) e comi o mínimo possível, não queria, mas minha mãe me obrigou, e antes de voltar pro carro, passamos em uma farmácia, eu vi aquela balança, esperançosa por causa do EC, eu subi. 53kg. Não mudou nada. Como eu disse, o tempo que fiquei longe do blog engordei demais, eu pensei que o EC tinha feito algum efeito, mas aparentemente não. Nada. Nada. É o que acabo por me sentir. Eu nunca me segurei tanto pra chorar, mas me segurei, até chegar no carro, coloquei os óculos escuros, e não pude conter as lágrimas que mais pareciam lâminas me cortando, afogando, elas desciam e nada conseguia fazer. Nunca falhei tão horrivelmente assim. Horrível. Quando cheguei em casa chorei mais, e não comi mais. Não quero mais. Não suporto mais olhar meu reflexo no espelho. Preciso que saiam todos daqui, não quero me sentir obrigada a comer de novo. Muitas vezes minha vontade é de simplesmente dizer "não mãe, não vou comer, daqui a uma semana talvez", mas não posso, não posso deixar que saibam.

Não quero mais esse corpo. Não posso mais me permitir ser assim.