terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Asfixia

Não sei de que forma começar isso aqui. Neste exato momento estou perdida. Não sei que forma pôr meus pensamentos aqui, mas preciso, eles me sufocam, como se eu estivesse me afogando. Estou estranha, estive estranha. Sei lá, acho que estive bem, e isso me assusta um pouco. Estive mais como uma bomba falsamente calma, prestes a explodir. Eu sinto agora tic tac's massantes trovoando aos meus ouvidos "5...4..."
E eu não sei que tipo de explosão pode ser. Na verdade, como posso saber se é isso?
As palavras estão fugindo de meus dedos, estou a parecer patética.
Esses sentimentos tão distorcidos me fazem sentir pesada, e quando me sinto assim, tenho uma súbita vontade de simplesmente me jogar no mar e afundar.
Mas engraçado... não me sinto "suicida". Parece diferente. Só quero acabar com tudo. Não sei se morrer. Talvez eu esteja apenas fantasiando com uma forma diferente de morrer. No final das contas, eu não sei o que tenho, nem o que quero, nem o que fazer. Sei apenas que tudo me dá a sensação de estar a todo momento sendo asfixiada.

Tenho comido mais que normalmente se come, a todo momento ociosa. Eu me odeio tanto. E eu não sei como fazer pra parar, pra ter "vontade" de contar calorias, de não comer. Eu não sei, eu não sei. Perdi o controle da minha mente, me dá vontade de me cortar. E eu não sei por que, eu nunca me senti "no controle" fazendo isso, nunca entendi o que sinto ao fazer isso. 
Hoje saí com a minha mãe e é horrível comprar roupas, sempre fico irritada, eu odeio, odeio a forma que fico no espelho, e o pior é que isso não me impede de comer aquela esfiha, aquela bomba. Me traz apenas ódio e  gordura. E uma coisa estranha foi que, bem eu andei bastante, e muitas vezes, muitas mesmo, eu me sentia meio tonta, com o coração estranho, um pouco de dificuldade pra respirar, até quando eu estava sentada. 
Vou viajar, para região dos lagos aqui, lugar de praia, e já comprei... livros. Não bikinis, por que não os uso, não teria coragem. E apesar de estar okay em ficar na barraca lendo, não deixa de me sentir um lixo. Até por que sempre ficam fazendo perguntas, tentando falar comigo sobre isso. E eu não quero falar. Acho que seria frustrante se eu fosse à um terapeuta, por que ficaria de boca calada, mas se abrisse, não pararia mais.


Sinto inveja daquelas pessoas que escrevem tão bem, e cada palavra parece se encaixar. Fazer sentido, mesmo que o que elas digam não faça tanto. Me sinto uma grande decepção. E não quero compaixão, eu só quero ser mantida em exílio, quero ficar sozinha. Quero ir pra algum lugar e não voltar, e não sentir falta de onde estou agora. 
Na verdade, não sei mesmo o que quero, quero algo, mas ainda não sei se isso tem nome, e eu não saberia dar um. 
Mas acho que se minha barriga fosse lisa, eu teria um pontinho de luz, e eu não tenho.


PS: Eu já tenho as respostas do selinho da Kati, vou ter que postar amanhã, não me sobra tempo.

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