sábado, 26 de novembro de 2011

Skin deep


Sometimes I wish I was someone other than me
Fighting to make the mirror happy
Trying to find whatever is missing
 
 
 
Comecei a tomar o EC na segunda: meio comprimido, nenhum efeito. Terça: a outra metade, nada. Quarta: Um comprimido inteiro, nada de mais, as mãos um pouco trêmulas. Quinta eu comecei a tomar dois, minhas mãos ficaram um pouco mais trêmulas, e não fiquei agitada nem nada, pelo contrário, me deixou parecendo um zumbi sem vontade de fazer nada. Na sexta, quando na escola, eu fiquei tonta uma vez, estava andando e do nada tive que parar porque deu aquela sensação de quando você levanta rápido e fica tudo escuro, mas demorou mais pra clarear. Nada de mais.
 
Essa semana não foi lá muito boa, na escola foi divertido e tudo o mais, mas eu não estava bem. Eu acho que nunca me senti tão gorda. Eu chorei duas vezes depois de olhar o espelho, e eu sei que minha visão não está distorcida, meu corpo realmente está... errado, nojento. Eu estava achando que o remédio estava me engordando, também porque eu estou comendo normalmente. E apesar de saber que ia parecer uma idiota que vai na farmácia do shopping só pra se pesar, eu tinha que ir. E, não foi ruim como achei que seria. Perdi 1kg, exatamente 1kg. Essa miséria...
Continuo me sentindo uma merda...

Neste exato momento que escrevo estas palavras, eu só consigo pensar em... como estou podre, por dentro e fora. Acabei de brigar com a minha irmã. Eu ia sair com a minha mãe pra pintar meu cabelo (metade pra baixo de turquesa), mas minha irmã caçula teve febre e deixamos pra lá. Eu queria muito ir, então fiquei mal, mas não fiquei sendo grossa com ninguém, simplesmente me calei, eu tenho esse direito. E minha irmã ficou implicando, ela sempre torna algo pequeno em monumental, nesse caso a minha dor. Ela é tão egoísta, e o pior é que sabe disso mas não faz nada pra mudar. Eu sou a pessoa que menos ganha algo aqui, eu sempre tive menos roupa, dinheiro, presentes. E...
 
Eu já estava um lixo, isso só foi o definitivo pra me jogar fora. Essas coisas sempre são um incentivo a me jogar num limbo, a continuar com essa loucura, essa forma doentia de querer agradar o espelho, se é que é isso de que se trata. Eu não estou bem, e eu não vou pedir ajudar, eu não consigo, eu não posso, sei lá. E tenho pensado nisso. Acho que por isso sou assim, eu quero ajuda, mas como não vou pedir, exteriorizo-a, por que assim há alguma esperança de alguém vê-la, mesmo que eu tente esconder. Quase me cortei hoje, agora a pouco, cheguei a pegar o pedaço de vidro quebrado que a muito guardo comigo, mas... felizmente fui covarde. Ainda estou com receio de fazê-lo mais tarde, porque esta tudo tão...
 
Enfim, há mais uma coisa que queria falar, pessoas. Estou farta de pessoas. Tão rasas, falsas. Eu sinto falta dos amigos que tinha, ou melhor, não, sinto falta da pessoa que eu era com aqueles amigos. Do ensino fundamental. Hoje vejo a maioria apenas no facebook, mas não falo com ninguém, só vejo que estão felizes, que estão seguindo bem a vida, e eu fui pra onde? Que merda é essa que me tornei? Semana passada duas "amigas" disseram sentir saudades, eu respondi da forma mais fingidamente simpatica que pude, até agora não tenho nenhuma resposta, e vejo a atualização das duas sempre. As amigas que me eram mais proximas. Pra que falar comigo então? Isso pode parecer tão bobo, mas dá uma sensação tão ruim. Eu tenho vontade apenas de fugir de todos, que todos me esqueçam definitivamente, assim quando me virem não vão ver como mudei, como estou podre.
Ah, não estou conseguindo escrever o que queria direito.
 
Só quero sumir. Não quero falar ou olhar pra ninguém. Não sei porque as pessoas me dão essa sensação, é tão estranho ter que falar com as pessoas, tão difícil. Um fardo tão grande.
 
 
 

sábado, 19 de novembro de 2011

Finalmente...

... achei o franol! Quase uma 'busca implacável', passei em 8 farmácias e nada. Tinha desistido, e então hoje, voltando pra casa depois do curso eu resolvi pegar o ônibus que fica num ponto mais distante, me fazendo assim, ter que andar mais, ótimo, eu nem lembrava que tinha uma farmácia no caminho, pois tinha e quando eu já havia passado dela por acaso lembrei do franol e resolvi voltar e tentar a sorte! e consegui!
Agora algumas pequenas dúvidas. Que eu ficaria eternamente grata se alguma de vocês respondessem :)

Quantos comprimidos por dia? Com quanto de café? Por quanto tempo não é perigoso? (Se é que chega a ser)

Só isso. 
Na verdade, apesar de estar ansiosa pra começar a tomá-lo, acho que vou esperar dezembro por que é quando vou começar o Kick Boxe, assim, se eu emagrecer, posso dizer que é por que finalmente saí do sedentarismo, afinal eu devo ter ficado gorda desse jeito por causa disso, já que quando eu era pequena era muito magra, estou só voltando pra onde nunca deveria ter saído.

Mil desculpas pela demora! Estive um caos, comendo como nunca. Engordei 200g, achava que tinha sido mais, por que o espelho me mostra pelo menos uns 2kg a mais.
E como eu disse no primeiro post, eu acho, não ligo muito pra números, não tenho bem uma meta, vou até achar que está bom. Mas como eu sei que é bom ter algo em que focar, uma importante meta pra mim é 45kg, e isso esta até dentro do meu peso ideal, ninguém pode reclamar.

Não estou muito afim de falar de como estive me sentindo, estive mal, chorando, com um nojo terrível da imagem que reflete no espelho, eu me pergunto como eu ainda tenho coragem de colocar comida na boca!?
Ainda tenho um monte de coisas pra fazer da escola/curso, vou entrar na semana de provas na escola, e tem a prova do curso chegando também, o que me preocupa muito mais! Scheiße..

Infelizmente hoje não será possível passar em vossos blogs, mas voltarei o quanto antes pra fazê-lo. Estive com muitas saudades! Espero que estejam todas bem.


domingo, 6 de novembro de 2011

Estou a recolher alguns pedaços de mim, e não tenho a ilusão de que vou encontrar todos. Esses dias parece que me perdi completamente. 
Foi por que comi normalmente? Normalmente não, comer em demasia não é normal! Pois bem, não sei.

Parte de mim parece ter sido substituída. Sinto-me quase um robô. Mas sei que não sou, por que a dor e a raiva não me abandonaram completamente, nunca me abandonam. Só sinto que o "foda-se" tem se mantido ligado por muito tempo. 
As vezes não entendo por que há tanta raiva dentro de mim. Me sinto até uma pessoa meio controlada por não sair quebrando tudo (HAHA). Sou uma "típica" adolescente revoltada. Contra o mundo e a todos, sinto raiva do capitalismo, do governo, das injustiças no mundo inteiro, sinto raiva até do fato de não terem tantas pessoas com tanta raiva disso tudo, como eu! Sinto raiva das pessoas idiotas, sinto raiva dos meus colegas, sinto raiva do meu pai, das merdas que meus irmãos falam/fazem, e principalmente raiva da minha pessoa. Sinto raiva e então quero chorar.

Esses dias estava no ônibus voltando da escola com uma amiga, como sempre, eu apontei para o braço dela e disse "olha que bonitinho, você tem covinha no cotovelo!" Nos tornamos a rir. Ela disse que todos tinham, mas eu não tenho e disse isso esticando meu braço para conferirmos. Ela então falou naturalmente "Ah, mas eu sou magrela, você é mais gordinha" Eu ri como se fosse a coisa mais natural do mundo, e deixei assim. Engoli toda a dor e raiva que aquelas palavras me trouxeram. 
Eu gosto dessa minha amiga, mas essa não é a primeira vez que ela diz algo que me dá vontade de gritar com ela. Ela não é "magrela"! É normal, tem um corpo bonit- inho.. É só um pouco mais alta que eu. Uma vez disse "Alice, ontem eu me pesei e estou com 49kg! Nossa! Tenho que engordar né?!" Eu fiquei pensando "49kg e tem que engordar, ela é maluca?!" Mas só respondi de forma grosseira "Então come, porra!"
A outra vez foi no ano passado. Estávamos por algum motivo falando de peso, ela então disse que pesava 53kg, eu pesava 50,2kg e quando disse isso ela pareceu "chocada" e disse "Que isso Alice, mentira!" Eu que fiquei chocada e perguntei "Por que? Achou que fosse mais ou menos? o_o" Ela me disse "Mais!!" com a maior convicção do mundo e eu nem lembro qual foi minha seguinte reação. Mas esses episódios eu sei que não vou conseguir esquecer. A minha mente insiste em lembrar apenas das coisas ruins. No ano retrasado, eu já implicava com meu corpo, mas não fazia nada. E lembro de um ex-cunhado que não me via a muito tempo uma vez ter me dito "Ô Alice, passou gelo na cara? Desinchou hein..." Minha mãe (nem ninguém) nunca gostou muito dele e ela explicou ríspida "Ela só está com o cabelo preso! Ela não é gorda nem nada" E me deu um abraço. Não preciso dizer que uso o cabelo preso muito mais do que antes!
O que querem que eu pense quando algumas pessoas me chamam de "normal" e outras de "gorda"? É inevitável ligar para o que dizem. Minha família me diz que sou magra, mas não é isso que vejo no espelho.
Eu quero acreditar. Então vou tornar a mentira deles em verdade, vou ser magra.

Decidi fazer o ECA, ou só EC, whatever. Vou procurar amanhã o franol, e seja o que tiver que ser. 
Tenho que parar de fazer fantasias destrutívas na minha mente.
Se jogar num poço? Você já vive num, garota...
Se você vai se afogar ou não, espera pra ver. 
Só não fica decidindo essas coisas que só Deus sabe.

É sempre assim. 
A mente dela grita para todos:
"Hey, eu estou aqui! Estou sangrando, estou sofrendo!"
Mas toda vez que a perguntam se está tudo bem ela sorri.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

couldn't sleep

O vídeo de ontem (um dos três posts!) era só uma música.
Radiohead - Talk Show Host.
Espero que este consigam ver, é lindo, e eu seria egoísta em não compartilhar, não sei da crença de vocês, mas vale a pena assistir independente disso.



Eu não frequento a igreja, e nem gosto muito de "religião", mas acredito Nele mais do que acredito estar viva.

Eu não sei se estou bem, mas eventualmente vou ficar.
A dor sempre vai. A dor sempre volta.

Obrigada meninas, nem tenho como agradecer.
Amo-as.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Find me

Estou fora de mim. Sinceramente, de nada mais sei. O que sinto não pode ser colocado em palavras, não é dor, muito menos alegria, não acho seja vazio, não acho que seja nada. 
São muitas coisas, mas também é nada.
Sabe-se lá por onde andei, me perdi no meu próprio labirinto. Não consigo me achar, não sei nem se quero me achar. Já até me esqueci de todo o conteúdo que pretendia escrever aqui. Afinal, o que estou a escrever? São estes mesmo os meus sentimentos. Sim, me sinto confusa. Estou comendo normalmente e isso não é o que mais me tem angustiado, e simplesmente não sei o que é.

Estou a me esquecer das coisas. 
Estou tão estranha. Não é que esteja alegre mas nem vejo mais tal poço, estou num lugar desconhecido.
Hoje vou apenas me deixar no chão gélido da cozinha, por que é onde não há ninguém, na esperança de algo me atingir, de obter uma resposta de onde não sei.

O que faço, meu Deus, o que faço? Devo apenas esperar? Essa espera toda aflige sua impaciente filha.
Então quando? Quando essa vida vai tomar um rumo diferente? Quero deixar de apenas existir, quero viver, sentir a vida. Parece que todos ao meu redor conseguem dar seus passos, por mais pequenos que alguns sejam, e eu continuo aqui. Parada. Estúpida.

Tenho uma certa vontade de dizer "ah, esqueçam do outro post, estava fora de mim", mas ainda estou, aliás, nem sei se já estive "dentro" de mim.

E quanto a gincana, já aceitei a idéia de subir no palco e fazer qualquer coisa, não ligo, que olhem, o mais feio de mim está por dentro e isso ninguém pode ver.
Talvez a exposição nem aconteça, aquela turma é extremamente indecisa. Agora estão a querer fazer uma peça, pode ser Romeu e Julieta ou uma outra da qual não me lembro o nome, disseram que eu tinha que fazer Julieta, relutei, mas não quero ser a "do contra"..
Esse é um grande problema meu, querer agradar a todos. Finjo sorrisos e contrario minha vontade.




Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... Continuarei a escrever.

Clarice Lispector

I want to be someone else or I'll explode

Back to the well

Não tenho muito tempo pra escrever esse post, mas não ligo em me atrasar pra escola!
Me falta coragem também...

É triste conseguir se controlar alguns dias, ser parabenizada por isso, ficar feliz, pra colocar tudo a perder de novo, sinto-me uma grande decepção, pra mim mesma e para todas aqui.
Fico-me lembrando do ano passado, eu consegui ser muito mais controlada, com isso veio a depressão, os cortes e rios de lágrimas. E sanidade? Sempre me perguntava o que era isso, ajoelhada no chão gélido. Nunca descobri o que é...
E agora eu sinto que não tenho nada a perder, quero simplesmente dizer "foda-se" e me jogar naquele poço de novo, vou segurar minha própria cabeça debaixo d'água, vou cavar ainda mais fundo embaixo de mim.
Tenho sentindo aquele vazio sufocante, tenho sentido vontade de desaparecer.

A gincana na minha escola ainda não aconteceu, estão sendo feitos os preparativos. 
O que queria comentar é que eu vou subir no auditório no Show de Talentos, só uma pequena exposição de alguns desenhos, mas me sinto envergonhada. Preciso fazer algo a respeito disso. Não quero subir lá desse jeito, nem tenho vontade de sair de casa desse jeito. Mas tudo pelos pontos... Eu gosto desses eventos escolares, eu sou o tipo de pessoa que gosta da escola, me faz até bem (as vezes), mas quando volto pra casa, é como se voltasse pra "realidade", e lá... lá era apenas uma fantasia. 
Sorrisos como aqueles dificilmente se mostram na realidade.

Comi. Muito.
Nem contei calorias, mas vou voltar, como já disse, não tenho a perder. 
Vou conseguir dessa vez.


Descobri que eu sou o tipo de pessoa
Que entre a verdade e a mentira, escolhe a mentira
Que entre a dor e o nada, escolhe o nada